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FILMES & SÉRIES

Assista aos filmes e séries indicados e veja como o cinema retrata a história

filmes e séries

TRÊS FILMES PARA ENCANTAR AS CRIANÇAS

Giba Pedroza

O escritor e contador de histórias Giba Pedroza prepara atualmente um novo programa na TV Cultura (SP): “Contos Ra Tim Bum”

Giba Pedroza, escritor, pesquisador e contador de histórias, indica três filmes que conversam com histórias inspiradas na literatura infantil e na literatura oral tradicional de diferentes povos. São adaptações que fogem ao padrão dos grandes estúdios e podem trazer um encantamento ainda maior às crianças. Só chamar a molecada!

Por Giba Pedroza¹

Publicado em 11 de outubro de 2021

 

Foto: Divulgação Giba Pedrosa

ERNEST E CELESTINE (2012)

Onde mora o medo do outro?

"O filme Ernest e Celestine  nos faz pensar que precisamos nos cuidar mais, em todos os sentidos."

Os ratos vivem embaixo, no subterrâneo. Os ursos vivem em cima, sobre a terra. Os ursos desprezam e têm medo dos ratos. Os ratos ignoram e têm medo dos ursos.


Mas como não querer cuidar daquele urso grandalhão, desajeitado, músico de rua, de vida solitária? E como não querer cuidar daquela ratinha órfã, assustada, frágil, irreverente e divertida?


Ernest e Celestine cuidam um do outro em uma animação que mais parece um belíssimo livro em movimento, saído da obra de Gabrielle Vincent, uma artista belga que colocou a literatura para crianças no lugar que ela merece, em uma obra com ilustrações dominadas pelo carvão, as sombras.


Os realizadores contam da dificuldade e do prazer que foi conceber o filme, procurando ser fiéis ao máximo ao trabalho desta grande ilustradora e escritora. Conseguiram muito mais que isso. Certa vez, perguntaram a uma criança o que uma história precisava para ser uma boa história. E ela respondeu: “uma boa história tem que fazer rir, ou fazer chorar, ou sentir um medinho, ou fazer pensar”.


Ernest e Celestine tem tudo isso. E nos faz pensar que precisamos nos cuidar mais, em todos os sentidos.


ERNEST E CELESTINE

Animação: França, 2012, 1h16min

Classificação: Livre

Direção:  Benjamin RennerVincent PatarStéphane Aubier

Elenco (vozes)Lauren Bacall, Lambert Wilson, Pauline Brunner

Onde assistir: Internet


O Conto da
Princesa Kaguya (2015)

Um filme para ver trocando cafunés

"Uma linda metáfora sobre o que o destino nos reserva e a simplicidade que deixamos para trás quando crescemos."


Sabe aquela sensação de estar diante de um quadro, uma obra de arte, e se sentir dentro dele? Ou ao mesmo tempo, querer estar passeando por aquelas paisagens e imagens?


Pois os nossos olhos parecem deixar o corpo e nos vemos dentro de tanta plasticidade e de tanta luz nesta animação, que conta uma das mais antigas e tradicionais lendas do Japão, presente em "onze de cada dez" coletâneas de contos populares publicadas no país.


A história da menina, princesa do reino da Lua, que foi encontrada dentro de um tronco de bambu por um camponês cortador de bambu, é também uma linda metáfora sobre destino, sobre egoísmo — o que o destino nos reserva e a simplicidade que deixamos para trás quando crescemos.


A luminosidade, a trilha sonora, o enquadramento e o ritmo fogem muito do padrão a que as crianças se acostumaram a consumir dos grandes estúdios de animação, e talvez este seja o grande mérito do filme. Mesmo que a história se alongue um pouco do meio para o final, que incorpore outras narrativas dentro da mesma trama, até os mais pequenos vão se encantar e beber as lindas imagens e a belíssima música.


Um filme para ver trocando cafunés. Foi assim que vi com a minha filha de quatro anos que acabou dormindo e me disse, no dia seguinte, que o filme “sonhou dentro dela”, pedindo para continuar a assistir de onde parou.


Do mesmo realizador de outros celebrados filmes da animação japonesa como Meu Amigo Totoro e o recente Castelo No Céu


O Conto da Princesa Kaguya

Animação: Japão, 2015, 2h17min

Classificação: Livre

Produção: Studio Ghibli

Direção: Isao Takahata

Adaptação: Anime baseado no conto Cortador de Bambu ou Princesa Kaguya, uma narrativa popular japonesa do século 10

Elenco (vozes): Aki AsakuraKengo KoraTakeo Chii

Onde assistir: Netflix

Pinochio (2019)

Em uma das mais belas versões

"Dá vontade de ver muitas vezes e faz parte daquele tipo de obra de arte que  foge muito da pecha de 'historinha' para crianças."


No meu trabalho com as crianças, gosto sempre de mostrar a elas que uma mesma história pode ser contada muitas vezes, de formas diferentes, com tonalidades diferentes de cor, de intensidade, de humor, de poesia, de ritmo, utilizando recursos e linguagens artísticas diferentes, mas sem nunca ferir sua essência, sem tirar sua beleza e integridade.


Este filme italiano é uma das mais belas versões do clássico infantil Pinocchio, que ficou muito popular na versão da Disney. Embora nunca deixe de reconhecer a importância e a contribuição das obras dos estúdios Disney para o universo infantil, me incomoda um pouco o processo de adocicar muitos contos clássicos e associar a imagem de vários personagens diretamente a este produtor. E Pinocchio, talvez, seja um dos que mais tenha sofrido com isso.


Pinocchio foi uma história criada por Carlo Collodi e publicada em capítulos em um jornal italiano, em 1881. A história fez tanto sucesso que o autor havia encerrado a história com o fim do personagem central, quando choveram cartas do público pedindo a ele que não “matasse” o boneco e que a história continuasse, o que foi atendido.


Na versão original, o grilo falante é bem diferente, a fada também e, no lugar de uma baleia, temos um peixe gigante com cara de cachorro (o que, convenhamos, é muito mais mágico).


O filme tem uma fotografia apurada, um ritmo muito bom permeado de um humor corrosivo, que é irônico e poético ao mesmo tempo. Dá vontade de ver muitas e muitas vezes e faz parte daquele tipo de obra que é arte e foge muito da pecha de “historinha”, “filminho” para crianças — como muitas vezes as pessoas costumam dizer, usando o diminutivo.


Este é um grande filme que ainda conta com a presença do ator Roberto Benigni na pele de um Gepeto que parece inverter a lógica e é tão articulado quanto o boneco que criou.


Pinocchio

Produção: Itália, 2019,  2h05min

Classificação: 10 anos

Direção: Matteo Garrone

Adaptação: Baseado no romance As Aventuras de Pinóquio, escrito por Carlo Collodi (1883)

ElencoRoberto BenigniFederico Ielapi

Onde assistir: GooglePlay 


Para ler depois de ver


O nascimento de Celestine, Gabrielle Vincent, Editora 34. Um livro para guardar em lugar especial na estante. Para ser folheado sempre e descobrir, a cada vez, novas nuances e detalhes. Aqui, o urso Ernest conta como encontrou Celestine em uma lata de lixo, numa manhã fria e a levou para casa, para cuidar dela (o que não aparece no filme).


Histórias Tecidas Em Seda, Lucia Hiratsuka, Cortez Editora. Uma das mais importantes artistas da literatura infantil brasileira nos brinda com este belo livro de lendas tradicionais japonesas, nas quais fica evidente toda a vitalidade e encantamento das narrativas. Lúcia é uma grande ilustradora que mantém toda a riqueza da arte tradicional do Japão, ficando à altura dos contos.


As Aventuras de Pinóquio, Carlo Coloddi, Editoria Cosac Naif. Uma das melhores edições do clássico Pinóquio no Brasil. Aqui, o texto é publicado exatamente como foi apresentado ao público pela primeira vez, nos capítulos que saíam no jornal. Traz ainda rascunhos e ilustrações originais do autor e um belíssimo posfácio de Italo Calvino.

 

[1] Giba Pedroza é contador de histórias, escritor, estudioso e pesquisador da literatura infantil e cultura popular. Gravou os CDs “Roda de Histórias” com o grupo Girasonhos e “Contos de Todos os Cantos” (com Renata Mattar, finalista do prêmio TIM 2008). Participou de diversos encontros e festivais de contadores de histórias no Brasil e no exterior como “Boca do Céu” (São Paulo), “Cuenteros” (Miami) Festival de Histórias (Londrina) e outros. Lançou pela editora Cortez os livros “Alecrim Dourado e outros Cheirinhos de Amor” (em parceria com Lenice Gomes) e “A Lenda do Preguiçoso e Outras Histórias”. Participou de coletâneas de literatura infantil como “Contos do Quintal” (Editora Globo) e “Histórias de Quem Conta Histórias” (Editora Cortez). É também roteirista de programas infantis da TV Cultura como “A Menina Trança Rimas” (especial Teatro Ra Tim Bum) e do extinto “Turma da Fofura” (Bandeirantes). Atualmente prepara um novo programa na TV Cultura chamado “Contos Ra Tim Bum”.

 

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PAIS DO CINEMA

             Publicado em 04 de agosto de 2021

São muitos pais no cinema e selecionamos alguns para você: Jack Pearson de This is Us; Chris de À Procura da Felicidade; Samuel de Uma Família de Dois; Guido de A Vida é Bela; e, claro, o pai mais famoso do cinema: Darth Vader, de Star Wars. Confira as dicas e marque um encontro online ou presencial com seu pai (ou filho) para uma sessão de cinema. Vale brincar de lembrar quem são os melhores pais de cinema. Confira as fichas técnicas dos filmes indicados.

THIS IS US


Série com 5 temporadas

Título Original: This is Us

Lançamento: 2016, NBC, EUA

Classificação: 14 anos

Gênero: Drama

Exibição: Prime Vídeo

Sinopse: A história da família Pearson começa em 1979, no dia que os trigêmeos  Kate, Randall e Kevin chegam em casa da maternidade. Jack (Milo Ventimiglia) é o pai que se torna referência permanente na vida dos irmãos. Mesmo com graves problemas pessoais, Jack é apaixonado pela família e —aos trancos e barrancos — consegue educar de forma simples e comovente os trigêmeos

Elenco: Milo Ventimiglia, Mandy Moore, Sterling K. Brown

Prêmios: 16 prêmios, entre eles Emmy de Melhor Ator e Globo de Ouro na mesma categoria, ambos em 2017

À PROCURA DA FELICIDADE


Título Original: The Pursuit of Happyness

Lançamento: 2006, 1h57min, EUA

Classificação: Livre

Gênero: Drama

Exibição: Uol Play

Sinopse: Chris (Will Smith) enfrenta sérios problemas financeiros e é abandonado pela mulher. Como pai solteiro, precisa cuidar de Christopher, seu filho de 5 anos. Em um estágio mal remunerado de vendedor, Chris e o pequeno são despejados e passam a dormir em abrigos e até no metrô. Este pai do cinema faz de tudo para avançar na profissão, ao mesmo tempo em que procura manter a criança feliz e distante da realidade pessoal

Direção: Gabriele Muccino

Elenco: Will Smith, Jaden Smith, Thandie Newton

UMA FAMÍLIA DE DOIS


Título Original: Demain Tout Commence

Lançamento: 2017, 1h58min, França

Classificação: 12 anos

Gênero: Comédia, drama

Exibição: TelecinePlay

Sinopse: Samuel (Omar Sy) leva uma vida tranquila ao lado de amigos no litoral sul da França. Tudo muda quando Glória, uma bebê de poucos meses e sua filha, é deixada em seus braços. Atrapalhado no papel de pai, Samuel vai a Londres atrás da mãe biológica numa tentativa frustrada. Este pai do cinema decide então criar a menina sozinho. Oito anos depois, com os dois já inseparáveis, a mãe retorna para recuperar a menina

Direção: Hugo Gélin

Elenco: Omar Sy, Gloria Colston, Clémence Poésy

A VIDA É BELA


Título Original: La Vita è Bella 

Lançamento: 1997, 1h56min, Itália

Classificação: Livre

Gênero: Drama

Exibição: TelecinePlay

Sinopse: Considerado uma obra-prima, este filme italiano, dirigido e estrelado por Roberto Benigni, ganhou o coração do mundo ao mostrar Guido Orefice, um dono de livraria judeu mandado a um campo de concentração em Berlim, junto com seu pequeno filho Giosué. Para preservar a criança do horror, o pai cria um mundo de fantasia e finge que os dois estão em um jogo

Direção: Roberto Benigni

Roteiro: Roberto Benigni e Vincenzo Cerami
Elenco: Roberto Benigni, Nicoletta Braschi, Giustino Durano, Lidia Alfonsi, Sergio Bini Bustric, Giorgio Cantarini

Prêmios: Oscar 1999 Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Ator e Melhor Trilha Sonora


STAR WARS - O IMPÉRIO CONTRA-ATACA


Episódio V da Franquia

Título Original: Star Wars: Episode V - The Empire Strikes Back

Lançamento:1980, 2h07min, EUA

Classificação: 10 anos

Gênero: Aventura, ficção científica

Direção: Irvin Kershner

Exibição: Disney +

Sinopse: Yoda treina Luke Skywalker para ser um cavaleiro Jedi. Han Solo corteja a Princesa Leia enquanto Darth Vader retorna para combater as forças rebeldes que tentam salvar a galáxia

Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Billy Dee Williams, Anthony Daniels, David Prowse, Peter Mayhew, Kenny Baker, Frank Oz

FILMES: LENDAS das OLIMPÍADAS

Publicado em 28 de julho de 2021

Em tempos de Olimpíadas, vale conhecer a história de alguns atletas que marcaram a competição. O cinema tem bons exemplos: um dos mais lendários é Jesse Owens, norte-americano e ativista dos direitos civis, que brilhou nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, em pleno regime nazista e sob os olhos racistas e estupefatos de Hitler. O filme Raça (Race), 2016, inspira-se na biografia de Owens e está na Netflix. Imperdível, não só pela saga do atleta, que conquistou quatro medalhas para os EUA, mas também por sua luta contra o segregacionismo no próprio país. Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo, é outros atleta que foi retratado pelo cinema. 

RAÇA


Título Original: Race

Lançamento: 2016, 2h03min, Canadá, Alemanha e França

Classificação: 10 anos

Gênero: Cinebiografia, drama

Exibição: Netflix

Sinopse: A história do atleta norte-americano Jesse Owens nos Jogos Olímpicos de Berlim em 1936, em pleno regime nazista. Ele ganhou 4 medalhas de ouro nos 100 e 200 metros rasos, no salto em distância e no revezamento 4x100m

Direção: Stephen Hopkins

Elenco: Stephan James, Carice Van Houten, William Hurt, Jeremy Irons, Shanice Banton, Andrew Modie, David Kross

EU SOU BOLT


Título Original: I Am Bolt

Lançamento: 2016, 1h43min, Reino Unido

Classificação: 10 anos

Gênero: Documentário

Exibição: TelecinePlay

Sinopse: Documentário independente sobre o velocista jamaicano Usain Bolt, um dos maiores atletas olímpicos e o homem mais rápido do mundo. O filme mostra detalhes de sua vida e dos bastidores de sua preparação para os Jogos Olímpicos do Rio 2016

Direção: Gabe Turner, Benjamin Turner

Elenco: Usain BoltPeléNeymar


SÉRIE: O PARAÍSO E A SERPENTE (THE SERPENT)

Foto: BBC/Mammoth Screen

Foto: BBC/Mammoth Screen

Na trilha do matador
de hippies

Sempre à espreita, a serpente passeia rasteira pelo centro histórico de Bangkok e observa suas presas com um olhar minucioso antes de se aproximar, sedutora, envolvendo-as sem pressa, até que as atrai para seu covil, espera o veneno fazer efeito, para então dar o bote. Assim é Charles Sobhraj, tanto na vida quanto na arte: um sedutor peçonhento, que manuseia suas identidades tal como a serpente troca de peles, num jogo de atração, blefe, desfalque, e rastros de sangue que o acompanham em seus trajetos.  

Por Marina Costin Fuser [1]

Publicado em 17 de junho de 2021 

O atores Tahar Rahim e Jenna Coleman em The Serpent


Os caminhos labirínticos que a série O Paraíso e a Serpente (Netflix) faz pelo tempo e pelo espaço, num zigue-zague entre momentos e contextos corre o risco de perder os espectadores desatentos, mas apesar de render algumas críticas avessas, o diretor Tom Shankland amarra bem os fragmentos temporais, com um uso criativo da reencenação (reenactment) de uma história reconstituída em flashes. Pretendo me deter na relação entre o real e o ficcional da contação de histórias.


O conceito de reencenação, tal como usado por Katie King em Networked Reenactments (2011), surge como tática de guerra, como uma encenação que ensaia o que fará ou faria o exército inimigo. Esta ideia tem desdobramentos nas mais diversas “comunidades de práticas”, tendo, portanto, diferentes funções, mas todas envolvem algum tipo de jogo, de confabulação. Ela demonstra como as produções televisivas recorrem à reencenação em documentários e na interpretação de papéis históricos, sempre reconstituindo, com maior ou menor coerência e exatidão, modos de vida em outros tempos.


Para King, “atividades de reencenação mobilizam diferentes afetos e sensações” (King 2011) que serão interpretados sob o crivo de “universos de referência [no processo de] cocriação que podemos chamar de ‘transdisciplinar’.” Transdisciplinar na medida que uma produção fílmica conjura vários campos e processos, da pesquisa historiográfica e biográfica até o tratamento de cor, passando pelo roteiro, pela interpretação, pela seleção das trilhas, etc. Há que se voltar no tempo para buscar essas referências para recriar a história com atenção aos minuciosos “grãos de detalhe” que sinalizam e ambientam o período do filme. (idem) Tal é a atenção para a estética, a linguagem, a trilha, e a moda dos anos 1970, que cada “grão de detalhe” nos transporta para o universo paradisíaco e perigoso de Sobhraj.


A série reconstitui a história de Charles Sobhraj, um psicopata e estelionatário nascido no Vietnã, filho de mãe vietnamita e pai indiano, que assassina jovens que se aventuram pela conhecida “trilha hippie”, percurso que atraía milhares de jovens mochileiros entre as décadas de 1950 e 1970, em sua maioria europeus e estadunidenses, da Europa ao Sul da Ásia, passando pelo Irã, Afeganistão, Paquistão, Índia e Nepal, terminando em Bangkok, precisamente no covil da serpente desta história.


Sobhraj ficou conhecido como “Maníaco do Biquini”, pois o corpo de uma de suas primeiras vítimas, Teresa Knowlton, foi encontrado afogado de biquíni numa praia. Ele atrai suas vítimas para os recintos de seu casarão na zona nobre de Bangkok, onde o clima festivo torna o ambiente atrativo para jovens e é fácil envenená-los. Quando lhe convém, ele e seu comparsa Ajay Chowdhury dão cabo de seus corpos na calada da noite, com a desculpa de levá-los a continuar a noitada ou ir ao hospital, para não atrair a atenção dos demais hóspedes. Para tudo há uma desculpa na ponta da língua, de modo que alguns sinais de alerta passem despercebidos até que a verdade se torna demasiado óbvia.


O filme seriado joga com o engano através de saltos na linha do tempo, colocando o espectador numa posição de onisciente (que a tudo vê) e testemunha do processo de tomada de consciência dos personagens. Como, por exemplo, seu hóspede cativo, o francês Dominique Renelleau, para quem a ficha cai quando Coco, o macaco que vive na casa cai duro após tomar uma vitamina envenenada que teria sido servida a ele.


O eixo central da narrativa reencenada é o processo investigativo do diplomata holandês, Herman Knipperberg, que tem início no segundo episódio, quando ele conversa sobre o desaparecimento de um casal de jovens holandeses com seus colegas diplomatas no bar de um cassino. Pouco a pouco a tensão se escala, no que ele vai montando um quebra-cabeças que aponta para Sobhraj. Mas não basta saber, é preciso provar, o que se torna bastante espinhoso, pois além de o criminoso ter esquemas, o governo e a polícia da Tailândia não têm o menor interesse em levar à frente as investigações com receio de que isso gere publicidade negativa e afaste os turistas da região.


Os crimes não se limitam a Bankok: Sobhraj assume as identidades de suas vítimas apossando-se de seus passaportes, substituindo as fotografias das vítimas pelas dele e de sua companheira, a franco-canadense Marie-Andrée Lecrerc, despistando assim os diplomatas, que estão a procura de seus paradeiros. Nas viagens que faz a Hong Kong, Nepal, e Índia, além de contrabandear pedras preciosas, ele torra seu dinheiro nos cassinos e faz novas vítimas, jogando com vidas descartáveis, hospedando-se ora em hotéis suntuosos, ora em muquifos mais escamoteados, fora das vistas da lei. Seu paradeiro é dinâmico, voraz, e com fugas tão engenhosas que parecem pouco críveis.


Como reconstituir uma história absurda da vida numa tela sem que o seu duplo não soe como uma grande farsa?


Este desafio faz com que Paul Testar, coprodutor do filme que conduz a pesquisa historiográfica, seja extremamente cuidadoso, buscando reproduzir com exatidão a reconstituição dos fatos que sabemos, e dando margem para a dúvida naquilo que, todavia, pode ser questionado. Afinal, até que ponto se pode confiar nas palavras de um psicopata que é conhecido como mentiroso compulsivo? Com efeito, este cinema seriado é resultado de um trabalho investigativo que envolve a escuta de horas de entrevista concedida a Julie Clarke e seu marido Richard Neville registradas em fita. Clarke depois escreve o livro Na Trilha da Serpente. A pesquisa historiográfica envolve uma escuta atenta aos sobreviventes, aos parentes das vítimas e acesso aos arquivos de Knipperberg que eventualmente levam à prisão do assassino. O esforço, segundo o mise-en scène, tem a ver com um cuidado para que o filme seja crível e ao mesmo tempo traga uma sensibilidade para fazer jus às famílias e aos entes queridos das vítimas. Segundo Testar em entrevista ao Los Angeles Times (LA Times, 2/04/2021), cerca de 80 a 90% da história que aparece na série é autêntica e a escolha por não falar com Sobhraj é deliberada: “Ele constantemente tentava monetizar sua história”.


ESPECTADOR COMO TESTEMUNHA


Os fragmentos temporais com que a história é contada servem para reforçar linhas de continuidade e encadeamentos entre fenômenos que vão escalando entre os anos de 1975 e 1976, e como o diplomata holandês vai de uma suspeita até o levantamento de provas que eventualmente asseguram sua prisão. Enquanto isso o espectador testemunha os crimes seriais desses turistas, como uma tela confidente que nos revela o lado sombrio de uma lua cujo brilho ofusca e ludibria.


Há algo que não dá para ver no cartão postal. Sobhraj sabe da insegurança e do desamparo que esses turistas passam ao viajar por um país onde não falam a língua. Ele entende a vontade dessa juventude de escapar à previsibilidade de um turismo comercial feito “pra gringo ver” e ter uma experiência genuína de acolhimento, aventura e transgressão. Ele oferece a esses jovens o paraíso perdido que eles estão a buscar, abrindo as portas de sua casa com piscina, álcool e tutti quanti, instaurando um clima permanente de festa, de aparente liberdade, e a sensação de segurança por estarem de certa forma cuidados, mesmo quando “doentes” (o que acontece de forma induzida, por doses de veneno). Qualquer jovem é suscetível a cair nos encantos de Sobhraj, e sua bela aparência, assim como de sua companheira Marie-Andrée, que os acolhem num lugar desejável a quem não sabe de antemão da encrenca que está se metendo.


A escolha dos hippies como vítimas é evidente: são pessoas que não chamam tanta atenção quando visivelmente atordoados, passam mal ou desmaiam em espaços públicos, sendo este um comportamento já esperado desses jovens devido ao consumo de álcool e entorpecentes atrelado ao estigma.


Sohbraj se aproveita do estigma em torno desses jovens para que os crimes passem despercebidos, afinal, são considerados delinquentes, arruaceiros, maconheiros, vagabundos. A ingenuidade desses mochileiros que seguem a trilha hippie em busca de experiências místicas transcendentais e de aventuras interculturais os torna suscetíveis a serem ludibriados por quem tenha uma lábia em sintonia com suas afinidades.


Com seu olhar fixo e atento a detalhes, Sobhraj é ligeiro em ler as pessoas. Convenhamos, aquilo que se pretende alternativo já é constituído como tendência de época, modismo, manjado e comodificado nesses destinos turísticos. É evidente que Sobhraj não gosta dos hippies, movido por ideias anticolonialistas que fundamentam politicamente uma desconfiança em torno da ambiguidade desses sujeitos, que expressam simpatia às culturas orientais, mas ao mesmo tempo gozam dos mesmos privilégios que os turistas tradicionais. Para esses “turistas”, que não gostam de ser chamados assim por seu modo alternativo de viajar, aventurar-se por terras que até recentemente foram colônia tem algo da mesma curiosidade orientalista que trata os locais como “exóticos”, com as mesmas titilações fetichizadas de seus parentescos colonizadores.


A série mostra o assassino reclamando de racismo, de um gaze que subestima pessoas racializadas com a soberba de quem se entende mais civilizado do que o outro. Nesse sentido, a serpente aprende os maneirismos e a estética de suas presas e se camufla, fazendo as vezes de um personagem entre mundos, uma espécie de intercessor que transita entre os dois hemisférios, entre dois universos de referência, que se encontram numa mesma Bangkok. Quem não quer um guia assim?

Charles Sobhraj ganhou o apelido de Assassino do Biquíni, porque muitas turistas foram encontradas mortas com esse traje. Também foi chamado de The Serpent, que dá nome à série, devido à sua habilidade em 'deslizar' para longe da polícia

ATENÇÃO: O TEXTO A SEGUIR CONTÉM SPOILERS IMPORTANTES

SERPENTEANDO A POLÍCIA


Os arcos dramáticos dos coadjuvantes colidem no episódio 6, quando sua companheira Marie-Andrée e seu comparsa Ajay batem de frente, pressionando Sobhraj a livrar-se da outra pessoa. Pouco antes da viagem, Marie-Andrée finalmente toma consciência daquilo que se passa embaixo de seu nariz, ou seja, que as vítimas não são largadas nos lugares onde dizem os dois rapazes, mas são assassinadas. É possível que ela já soubesse disso, mas é um momento de realização, em que ela não disfarça a frustração com o companheiro que fica muito aquém daquilo que ela sonhara.


Ela nitidamente entra num impasse moral e começa a titubear. Durante a viagem, Ajay, pela primeira vez, deixa Sobhraj na mão, e passa a noite tomando alucinógenos com uma moça que conhece na viagem. Desconcertada, Marie-Andrée diz que não pegaria bem seu companheiro ser visto em Paris ao lado de um homem de pele tão escura. Sobhraj retruca ofendido, dizendo que ele próprio também tem a pele escura. O impasse é solucionado respeitando o mistério da vida na obra: Sobhraj convence o comparsa de que estaria deixando Marie-Andrée para trás e segue viagem com ele. No meio do caminho, ele o manda descer e volta para os braços de sua amante. Isso de certa forma responde à aparente ofensa pelo racismo, concluindo a circularidade da narrativa, dando a entender que, no fundo, ele concorda com ela. O mistério de Ajay, por outro lado, é uma elipse que não se fecha, posto que na vida real, Ajay some sem deixar vestígios.


A tão esperada prisão se dá por etapas: primeiro Sobhraj é preso em Nova Deli por drogar um grupo de jovens franceses.


Sua companheira Marie-Andrée também é presa, mas é solta no início dos 1980 quando é diagnosticada com câncer terminal, voltando ao Canadá logo em seguida, onde morre em 1984. Sobhraj permanece pouco mais que dez anos preso, entre 1976 e 1997, quando se muda para Paris. O então célebre assassino dá entrevistas para a ABC News e começa os preparativos de um filme com o diretor hollywoodiano William Friedkin, no qual Sohbraj seria interpretado por Benício del Toro. O filme não decola porque, em 2003, Sobhraj resolve viajar para o único lugar em que há um mandado de prisão em seu nome, o Nepal, onde ele é réu pelo assassinato de Laurent Carrière e Connie Jo Bronzich. Ele então pega prisão perpétua e game over.


Concluo constatando que seria um caminho eticamente mais seguro narrar a história pelo ângulo das vítimas, e não do psicopata. Seu extraordinário traquejo, o domínio de múltiplas artimanhas, seu raciocínio ligeiro e os subterfúgios que utiliza para se manter impune fazem do vilão uma versão asiática de O Talentoso Ripley (1999). A possibilidade de se glamourizar psicopatas, exaltando suas qualidades como gênios do crime, faz com que eles adquiram um status de celebridade.


Há um contraste abissal entre o bom-mocismo careta do diplomata holandês e o charme cativante do assassino. Um é retratado como bitolado, antipático, esquentado, enquanto o outro é um autêntico pedaço de mal caminho, cujo magnetismo parece sem fronteiras. Esse aspecto do psicopata acaba abrindo uma fissura bastante complicada em termos de recepção da obra. Por mais cuidadoso que Shankland seja com as famílias das vítimas, a série atravessa essa linha tênue ao não esconder seu lado brilhante e sedutor. Será que o diretor deveria ir por um caminho menos fidedigno, e fazer os devidos ajustes no sentido de torná-lo mais ordinário? Penso que isso enfraqueceria o filme. Shankland faz bem em assumir o risco, que é a sina de todo filme de serial killers. Em ultima análise, a mensagem que fica implícita na série é de que em determinadas circunstâncias e momento da vida, muitos de nós seríamos facilmente ludibriados pela serpente.

 

Referências bibliográficas:

 

KING, K. (2011) Networked Reenactments: Social Transdisciplinary Knowledges Tell, Duham & Londres: Duke University Press

Los Angeles Times, The true story behind Netflix newest crime drama was too bizarre for TV, Los Angeles: 2 de abril de 2021

BBC One/Netflix

O ator Billy Howle interpreta o diplomata holandês Herman Knipperberg na série.  Ainda vivo e com 76 anos, Knipperberg atuou na embaixada holandesa em Bangkoc e dedicou parte de sua vida para colher provas dos assassinatos de Sobhraj

FICHA TÉCNICA: O PARAÍSO E A SERPENTE

Filme: O Paraíso e a Serpente

Título original: The Serpent

Categoria: Drama baseado em fato real

Lançamento: BBC One em parceria com Netflix, 2021, Reino Unido, minissérie de 8 episódios, Netflix

Classificação: 16 anos

Sinopse: Nos anos 70, o impiedoso assassino Charles Sobhraj atacou viajantes que exploravam a "trilha hippie" do Sudeste Asiático e foi acusado dos assassinatos e roubo de bens e identidade de cerca de 20 jovens viajantes na Índia, Tailândia e da Hippie Trail do Nepal. Psicopata, vigarista, ladrão e mestre do disfarce, escapou de autoridades do mundo todo. Em 1976, o serial killer era o homem mais procurado da Interpol e tinha mandados de prisão em três continentes diferentes. A série aborda a dramática vida deste assassino serial, hoje com 77 anos, que inspirou diversas obras literárias, cinematográficas e esta série disponível na Netflix.

Roteiro: Richard Warlow e Tom Shankland 

Direção: Tom Shankland e Hans Herbots

Elenco: Tahar Rahim como Charles Sobhraj, Jenna Coleman, Billy Howle, Ellie Bamber, Mathilde Warnier, Fabien Frankel, Amesh Edireweera, Tim McInnery


Assista à minissérie e leia os livros relacionados


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ASSISTA: SWEET TOOTH NA NETFLIX

Sweet Tooth

Por Tema de Cinema
Publicado em
11 de junho de 2021

Imagens: Divulgação Sweet Tooth

SWEET TOOTH: UMA FÁBULA
DOS DIAS ATUAIS

Baseada na história em quadrinhos homônima de Jeff Lemire, a série Sweet Tooth aborda os 10 anos antes e após uma pandemia chamada The Great Crumble, que causou a morte de populações em massa e produziu estragos no planeta. O gancho principal do enredo é que, simultaneamente ao vírus, acontece o misterioso nascimento de bebês híbridos com partes  humanas e partes animais. Sem saber o que veio primeiro —se o vírus ou os híbridos —, muitos humanos passam a perseguir as crianças diferentes, tanto para exterminá-las quanto para utilizá-las em experimentos científicos em busca da cura da doença causada pelo vírus.


É nesse cenário que Gus, o menino meio humano, meio cervo, protagoniza esta fábula com um pé na realidade atual. Embora se passe nos Estados Unidos, a série foi filmada na Nova Zelândia, onde a Covid19 está controlada e proporciona cenas belíssimas da natureza ainda longe da destruição da pandemia.


O ator-mirim Christian Convery interpreta o menino-cervo com a leveza e a graça que o papel exige. Sob proteção do pai, o bebê-cervo passa dez anos isolado, longe de todos e em segurança dentro de uma casa improvisada no Parque Nacional de Yellowstone, sem saber o que se passa no mundo fora das cercas. Com o tempo, Gus é conduzido a uma amizade inesperada com o solitário caminhante Jepperd (Nonso Anozie), ex-jogador de futebol e ex-caçador de híbridos — logo apelidado pelo menino de Grandão.


Gus é um devorador de doces, daí ser carinhosamente chamado de Sweet Tooth (Bico Doce). Juntos, os dois seguem rumo a uma agitada aventura em busca da mãe do menino, de quem ele tem apenas uma foto e poucas pistas. No caminho, a dupla se depara com perseguições, novas amizades e descobertas importantes para entender o passado de cada um e quais pontos comuns os unem nessa bela amizade. Gus descobre, enfim, que o mundo fora da floresta é repleto de perigos e também de seres híbridos como ele, no encontro da identidade desejada. 


Sem ser didática ou prepotente, Sweet Tooth coloca na mesa (dentro e fora da fantasia) alguns temas importantes para os nossos dias: o medo do outro e do diferente, o ódio e a violência em situação de caos, a formação de milícias em um cenário desgovernado, o respeito ao meio ambiente, as novas relações familiares, a importância da amizade e da confiança nas relações, a ética na prática da medicina e das experiências científicas.


O filme foi produzido pelo casal Susan Downey e Robert Downey Jr, pela DC e Warner. Tema de Cinema recomenda. Desde junho de 2021 no Brasil, a primeira temporada de Sweet Tooth está na Netflix. Que venha a segunda! 


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FICHA TÉCNICA: SWEET TOOTH

Título: Sweet Tooth

Título Original: Sweet Tooth

Lançamento: 2021, EUA, filmada na Nova Zelândia, Temporada 1 com 8 episódios, não recomendado para menores de 14 anos

Gênero: Ação, drama, fantasia

Exibição: Netflix

Sinopse: Série de aventura, fantasia e ficção científica inspirada em HQ homônima da DC, pelo selo Vertigo, de Jeff Lemire. Com produção executiva de Susan Downey e Robert Downey Jr, Sweet Tooth é um conto de fadas pós-apocalíptico sobre Gus, um menino híbrido, metade humano e metade cervo, que se apega a um nômade solitário e parte em uma aventura extraordinária para sobreviver.

Produção: DC Entertainment, Team Downey, Warner Bros. Television

Elenco: Christian Convery, Adeel Akhtar, Stefania LaVie Owen, Dania Ramirez, Aliza Vellani, James Brolin (narrador), Will Fortel


Assista ao trailer de Sweet Tooth



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The Crown

ASSISTA: NÉVOA EM AGOSTO NO YOU TUBE

NÉVOA EM AGOSTO

Filme: Névoa em Agosto

Título original: Nebel im August

Categoria: Drama baseado em fato real

Lançamento: 2016, Alemanha, 121 min

Sinopse: No sul da Alemanha, início da década de 1940, um órfão de 13 anos, Ernst Lossa, tem sua natureza classificada como 'não educável' e acaba em um hospital psiquiátrico. Ele logo descobre que a gestão clínica do regime é matar sistematicamente os presos. Ernst tenta ajudar os presos com deficiência e planejar a fuga como questão de vida ou morte. O filme de Kai Wessel apresenta a história real de Ernst Lossa, retratada no livro de Robert Domes sobre o angustiante programa de eutanásia da ditadura nazista.

Direção: Kai Wessel

Elenco: Ivo Pietzcker, Sebastian Koch, David Bennent, Fritzi Haberlandt, Franziska Singer, Henriette Confurius, Jule Hermann, Juls Serger e Karl Markovics


Assista gratuito e dublado no:  

The Crown

O que temos a aprender com o Professor Polvo?

No documentário Professor Polvo, o narrador e documentarista Craig Foster revela o nascimento de uma relação afetiva entre ele e um polvo. Mas será possível falar em afetividade vinda de um molusco? Olhando as imagens das interações entre os dois, tudo sugere que sim, existe essa possibilidade. À medida que o filme se desenrola, a conexão se fortalece e os limites usuais entre polvos e humanos são ultrapassados no ambiente natural e selvagem do cenário: uma floresta submersa de algas gigantes no litoral da África do Sul.

Por Jonas Melman [1]

Publicado em 29 de maio de 2021 

Considerado um dos animais mais inteligentes da Terra, o polvo possui três corações, que são capazes de oxigenar e distribuir o sangue para os oito tentáculos e a cabeça. Duas ferramentas incríveis o ajudam a despistar e se defender dos predadores: a camuflagem e a tinta preta exalada enquanto foge. Entre seus principais predadores estão tubarões, raias, moreias, alguns peixes e também o ser humano

MEMÓRIAS FOTOGRÁFICAS E ESCOLHAS


Quando era mais jovem, sentia dificuldade em aceitar que as pessoas pensavam diferente de mim. Achava que minhas ideias eram mais corretas, que tinha de lutar por elas e acabei gerando muitos conflitos com as pessoas. Os anos passaram e hoje entendo melhor como funciona a mente humana.


Desde o nascimento, cada ser humano começa a construir seu mundo psíquico. Nossa mente é uma espécie de câmera fotográfica automática que tira fotos de tudo que pertence ao mundo. Utilizando o nosso corpo e todos os sentidos, tiramos fotos e produzimos vídeos de tudo, de todos os acontecimentos, e guardamos no cérebro. Com essas fotos e vídeos armazenados ao longo da existência, formulamos as narrativas que organizam o nosso mundo individual. Nesse imaginário fotográfico, vivemos.


Cada pessoa tem seu mundo pessoal de imagens e de representações armazenadas, formado a partir das memórias registradas. Assim, tudo o que experimentamos está gravado dentro da mente. É um mundo que somente a pessoa possui e que lhe confere uma identidade singular. Cada indivíduo é único porque cada um de nós tem sua própria mente e seus registros.


A pessoa constrói seu mundo, vive dentro dele e passa a vida protegendo e cuidando de sua criação individual como se fosse um tesouro. O autor desse mundo é o próprio eu. Estamos narcisicamente atrelados a essa criação e, por essa razão, somos autocentrados e defensores de nossas ideias e interesses.


Sinto uma certa tristeza quando constato que cada um de nós vive no seu próprio universo fotográfico. Esse funcionamento da mente nos isola e nos separa do mundo como ele realmente é. O mundo verdadeiro não é uma fotografia. Nosso mundo mental não tem vida, é mundo fotografado ou uma cópia do mundo. A foto de uma flor não tem perfume, não tem textura, não desabrocha. É apenas uma representação da flor real.


O ser humano vive numa espécie de sonho que parece real, mas na verdade ele vive dentro desse mundo ilusório que criou com sua mente. Trata-se de uma espécie de sonho que sonhamos e não percebemos que estamos sonhando, porque o mundo das fotos está sobreposto ao mundo real. Esse mundo mental parece real, mas não é. Somente nos damos conta que estamos sonhando quando despertamos.


Nossa mente está cheia de fotos gravadas que produzem emoções e pensamentos sem cessar. Estamos muito colados com nossas crenças e pensamentos, mesmo que eles sejam distorcidos ou doentios. Estamos identificados com nossas memórias, e elas nos comandam e determinam as escolhas. Uma mente repleta de fotos não para de pensar.


Essa é a razão de ser tão difícil silenciar a mente durante uma meditação. E quando os pensamentos não cessam e começam a atacar o bem-estar do indivíduo, surge o sofrimento.


Na minha experiência profissional, constato que boa parte do sofrimento é gerado pelos pensamentos que a própria pessoa produz a partir de suas memórias. Uma pessoa que está numa situação difícil, preocupada e insegura com o risco da pandemia, com questões familiares, financeiras ou profissionais, pode produzir um sem número de pensamentos que atacam seu bem-estar e podem lhe fazer mal. Assim nascem os sintomas de depressão, pânico, estresse, ansiedade etc.


Para aliviar o sofrer é necessário aquietar essa mente pensante e esvaziá-la desse mundo de fotos. Para ser capaz de ver o mundo com clareza e lucidez é necessário limpar a mente. Para viver melhor é preciso questionar a importância que damos a esse eu individual, e esvaziá-lo do poder que damos a ele.

Afinal, o que a professora "polva"
tem a nos ensinar?


Na vida real, a "polva" existe, surpreende e se relaciona com Craig, que a aceita e é aceito em suas formas diferentes de existência. Ele a registra na mente, em vídeos e fotos, mas, para isso, precisa se desprender do seu próprio mundo catalogado e se abrir ao universo de novidades e estranhamentos daquele ser vivo com tentáculos.


A "polva" mostra ao protagonista e a todos nós a necessidade de esvaziar e silenciar a própria mente para se abrir ao outro e viver de forma integrada com o mundo lá fora. O esvaziamento do próprio eu permite que a pessoa se torne mais sensível e empática ao diferente. O silêncio de si contribui para ver o mundo e o outro com maior nitidez. Deixar de lado o eu individual ajuda a brotar a gentileza, o respeito.


Craig, que olhava o mundo do lado “de fora”, começa a se relacionar com a "polva" e a se tornar parte integrante daquele grande sistema vivo, interagindo com ele. Craig não está mais na posição de um observador separado do seu objeto a ser analisado. Ele está integrado, conectado com os fluxos da natureza. E assim consegue perceber e experimentar a presença da Grande Mente da Floresta e a sua própria conexão com a rede da vida.


As infinitas relações entre os seres vivos e o ambiente revelam-se para o observador, e ele percebe que existe um cérebro invisível que, há milhões de anos, mantém tudo que é vida em equilíbrio. Nessa trama complexa, cada ser é importante para garantir que a vida se reproduza, desenvolva-se e mantenha-se permanente em meio a conflitos, sofrimentos, alegrias, surpresas e afetos inesperados  como neste exemplo singular mostrado no melhor documentário de 2021. 

O polvo fêmea que interage com o documentarista é da espécie octopus vulgaris — a mesma do lendário Polvo Paul do Aquário Marinho de Oberhausen, Alemanha, que ficou famoso ao prever  resultados dos jogos da Seleção Alemã de Futebol na Copa 2010, realizada na África do Sul

[1] Jonas Melman é psiquiatra e psicoterapeuta. Durante 14 anos, foi assessor da área técnica de políticas públicas para superação da violência na Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura da Cidade de São Paulo. É autor do livro Família e Doença Mental: repensando a relação entre profissionais de saúde e familiares, São Paulo, Escrituras Editora, 2006. Nota: se você se identificou com o tema, o autor se coloca à disposição para sugerir um método de meditação que auxilia a compreender com mais profundidade a mente humana e as memórias fotográficas que precisamos eliminar. Contato: jonasmelman1959@gmail.com


Polvos são animais solitários e só se relacionam com seres da mesma espécie para se alimentar ou acasalar. Quando está apta a se reproduzir, a fêmea libera feromônios para os machos ao redor, que lhe introduzem o esperma por meio de um tentáculo. Ele se cansa e morre logo depois. A fêmea deposita os ovos em locais escondidos de predadores, cuida dos ovos até eclodirem e não se alimenta durante todo o processo, morrendo também na sequência. Estima-se que apenas um em 100 polvos filhotes cheguem à vida adulta

As múltiplas capacidades de um polvo

OSCAR 2021: MELHOR DOCUMENTÁRIO
DE LONGA METRAGEM

Divulgação My Octopus Teacher

Divulgação My Octopus Teacher

O que o Professor Polvo tem a nos ensinar?

No documentário Professor Polvo, o narrador e documentarista Craig Foster revela o nascimento de uma relação afetiva entre ele e um polvo. Mas será possível falar em afetividade vinda de um molusco? Olhando as imagens das interações entre os dois, tudo sugere que sim, existe essa possibilidade. À medida que o filme se desenrola, a conexão se fortalece e os limites usuais entre polvos e humanos são ultrapassados no ambiente natural e selvagem do cenário: uma floresta submersa de algas gigantes no litoral da África do Sul. Oscar 2021 de Melhor Documentário, a produção está disponível na Nettflix.

Por Jonas Melman [1]

Publicado em 28 de maio de 2021

 

Imagens: Divulgação My Octopus Teacher/Netflix

FICHA TÉCNICA: PROFESSOR POLVO

PROFESSOR POLVO

Título: Professor Polvo

Título Original: My Octopus Teacher

Lançamento: 2020

Sinopse: Documentário original da Netflix que registra um ano em que o cinegrafista Craig Foster desenvolve uma amizade improvável com um polvo em uma floresta de algas na África do Sul e descobre mais sobre os mistérios do mundo marinho.

DireçãoPippa EhrlichJames Reed 

Produção: Netflix

Elenco: Craig Foster, seu filho Tom Foster e o Polvo Fêmea

Prêmios: Oscar 2021 de Melhor Documentário em Longa Metragem; American Cinema Editors Awards e British Academy Film Awards de Melhor Documentário; Critics' Choice Documentary Awards de Melhor Cinematografia e Melhor Documentário de Ciência/Natureza


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The Crown

FRIENDS: A REUNIÃO

A REUNIÃO MAIS ESPERADA DO ANO

A série que atravessou gerações marcou reunião com seus fãs no dia 27 de maio, na HBO Max, primeiramente nos EUA. Em junho deste ano, a Warner promete lançar no Brasil.


No ar desde 1994 e encerrada em 2004, Friends ganhou o gosto dos jovens e — para alegria geral — trará Jennifer Aniston (Rachel Green), Courtney Cox (Monica Geller), Lisa Kudrow (Phoebe Buffay), Matt LeBlanc (Joey Tribbiani), Matthew Perry (Chandler Bing) e David Schwimmer (Ross Geller) para um bate-papo sobre os bastidores da produção. 


Os atores (e personagens) estarão juntos em cenários recriados especialmente para o encontro, no estúdio 24 da Warner Bros. Entre eles, o apartamento de Monica e Chandler e o Central Perk Café, no bairro de Greenwich Village, em Manhattan, Nova York. O episódio promete a presença de convidados como Lady Gaga, Justin Bieber, Reese Whiterspoon, BTS, David Beckham, Elliot Gould, e Malala Yosafzi, entre outros famosos que tiveram participações especiais na série.


Em junho no Brasil, na HBO Max (novo canal de streaming da Warner/HBO; é preciso assinar para assistir).


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Assista ao trailer de Friends - The Reunion (Warner Bros)

FRIENDS

Lançamento: 1994 - 10 temporadas até 2004

Sinopse: Seis amigos, três homens e três mulheres, enfrentam a vida e os amores em Nova York e adoram passar o tempo livre na cafeteria Central Perk.

Criação: David Crane e Marta Kauffman 

Produção: NBC/Warner

Elenco: Matt LeBlanc como Joey Tribbiani, Lisa Kudrow como Phoebe Buffay, Courteney Cox como Monica Geller, Jennifer Aniston como Rachel Green, David Schwimmer como Ross Geller e Matthew Perry como Chandler Bing

Prêmios: Emmy de Melhor série de comédia, American Comedy Award, GLAAD Media Award, Golden Globe Award, Logie Awards,People's Choice Awards, entre outros

o mundo inteiro

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LEIA ANÁLISE DE NOMADLAND, POR MARINA COSTIN FUSER

LEIA ANÁLISE DE NOMADLAND, POR MARINA COSTIN FUSER

Nomadland e os intercessores do asfalto


Vivemos um período atípico, mais de um ano em que a pandemia do Covid-19 paralisou o mundo, provocando abalos sísmicos em todos os campos da vida, inclusive na produção de cinema. Fazer filmes tornou-se perigoso para quem está tanto à frente, quanto atrás das câmeras, o que limitou bastante a quantidade de filmes produzidos no ano em que a terra parou. Por outro lado, esse clima nublado acaba encobrindo as superproduções Hollywoodianas e girando os holofotes para filmes mais low-profile, revelando novos talentos. 

 

Por Marina Costin Fuser [1]

Publicado em 19 de maio de 2021 

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POR MARINA COSTIN FUSER

OSCAR 2021: VITÓRIA DAS MULHERES

Publicado em 26 de abril de 2021

Nomadland

OSCAR 2021 


Melhor filme do Oscar 2021, Nomadland acompanha a jornada de Fern, que encontra uma nova forma de vida viajando pelo oeste americano. Somente dois atores são profissionais no elenco. Os demais são nômades reais que interpretam a si mesmos na produção. Na foto, da esq. p/a dir., Frances McDormand, melhor atriz,  e Chloé Zhao, melhor direção. É o terceiro Oscar de Frances. Chloé é a segunda mulher e a primeira asiática a receber o Oscar na categoria

NOMADLAND

Filme: Nomadland

Título original: Nomadland

Onde assistir: Estreou no Brasil em 15 de abril nos cinemas (Alerta de COVID-19 - verifique em sua cidade a legislação sanitária local)

Categoria: Drama documental

Lançamento: 2020, EUA, Indicação 12 anos, 108 min

Sinopse: Numa criativa fusão entre realidade e ficção, o filme acompanha a jornada de Fern, depois que ela perde o marido e o emprego, e encontra uma nova vida viajando pelo oeste americano. Apenas dois atores profissionais estão no elenco. Os demais são nômades reais que interpretam a si mesmos na produção. Em busca de  trabalho temporário nas cidades que visitam ou de uma vida mais livre e sustentável, eles vivem sobre rodas e exploram as estradas do país e novas relações pelo caminho.

Direção e roteiro: Chloé Zhao

Elenco: Frances McDormand, David Strathairn

Prêmios: Oscar 2021 de Melhor Filme, Melhor Atriz (Frances McDormand), Melhor Direção (Chloé Zhao), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Montagem



GUIA DO OSCAR 2021


Confira onde assistir aos filmes indicados e alguns premiados*



  • A Voz Suprema
    do Blues
    (*Melhor Figurino e  Melhor Maquiagem e Cabelo)
  • Mank (*Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Design de Produção)
  • Os 7 de Chicago
  • O Tigre Branco
  • Pieces of Woman
  • Relatos do Mundo
    Era uma Vez um Sonho
  • Rosa e Momo
  • Emma
  • Professor Polvo (*Melhor Documentário)
  • O Céu da Meia Noite
  • Amor e Monstros
  • Se algo acontecer,
    te amo
    (*Melhor curta de animação)
  • Destacamento Blood
  • A Caminho da Lua
  • Crip Camp


  • O Som do Silêncio (*Melhor Montagem e Melhor Som)
  • Borat: a fita da cena seguinte
  • Uma Noite em Miami
  • Time 
  • The United States vs Billie Holyday



  • Mulan
  • Soul (*Melhor Animação e Melhor Trilha Sonora)
  • O Gran Ivan
  • Burrow
  • Dois irmãos: uma jornada fantástica

  • Meu Pai (*Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado)
  • Wolfwalkers
  • Greyhound



MÃES NO CINEMA

Publicado em 06 de maio de 2021

A MÃE DO BRASIL - O post estava pronto. Mas tivemos de atualizar após a notícia da morte de Paulo Gustavo, por complicações da COVID-19. O ator era um espetáculo humano em todos os sentidos: como homem, filho, pai, marido, ator, comediante, amigo. Que nos fazia rir — aliás, melhor que isso, nos fazia gargalhar. E como fará falta a sua alegria nestes tempos de pandemia, ódio e luto diário. Nossos agradecimentos a Paulo Gustavo por ter cumprido o seu papel na vida com amor e bom-humor. Aí vai o post original.


Para celebrar este Dia das Mães, Tema de Cinema escolheu alguns filmes e séries com diferentes perfis: mãe judia, mãe de coração, mãe workaholic. Tem também Dona Hermínia, a mãe atrapalhada e hilária da trilogia Minha Mãe é uma Peça, interpretada pelo ator Paulo Gustavo. Siga a trilha e feliz Dia das Mães!

MINHA MÃE É UMA PEÇA 3

Filme: Minha Mãe É Uma Peça 3

Onde assistir: Telecine Play

Categoria: Comédia

Lançamento: 2019, Brasil, Indicação 12 anos, 109 min

Sinopse: Após ter um piripaque, Dona Hermínia (Paulo Gustavo) recebe duas notícias: Marcelina (Mariana Xavier) está grávida de um cara que mal conhece e Juliano (Rodrigo Pandolfo) está noivo. Sofrendo ao ver que seus filhos já estão formando suas próprias famílias, ela decide focar nos preparativos para o casamento. Com o apoio de sua diarista Waldeia (Samantha Schmütz) e de suas irmãs Iesa (Alexandra Richter) e Lucia Helena (Patricya Travassos), a matriarca terá que driblar a sogra de seu filho, além de lidar com as novas investidas de Carlos Alberto (Herson Capri), seu ex-marido.

Direção: Susana Garcia

Elenco: Paulo GustavoMariana XavierRodrigo PandolfoHerson CapriAlexandra RichterSamantha Schmütz, Patrícya Travassos


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The Crown

QUE TAL VIAJAR SEM SAIR DE CASA?


TEMA DE CINEMA selecionou duas séries para conhecer novas culturas: a israelense Shitsel, sobre uma família de judeus haredi (ortodoxos) e o “dorama” sul-coreano Dear My Friends. As duas abordam relações familiares e fraternas com delicadeza e mostram como os afetos e conflitos de povos de diferentes crenças ou tradições são semelhantes aos nossos. Vale assisti-las aos poucos, deliciando-se com os detalhes do modo de vida, da culinária, das roupas e dos cenários que envolvem as histórias. Siga a trilha.

Publicado em 04 de maio de 2021

Shtisel

SHTISEL


Série israelense sobre uma família judia ortodoxa que vive em Geula, um bairro religioso em Jerusalém. A comunidade segue rígidos costumes haredi e a contestação das normas geralmente causa conflitos dentro da família. 


Os judeus haredi opõem-se à cultura secular e resistem à exposição de seus membros a filmes, televisão, jornais e livros não relacionados à tradição religiosa. Os rabinos mais tradicionais promovem uma forte campanha contra a Internet e os celulares sem filtros habilitados para navegar na rede.  


Como é tradição haredi e da vida judaica ortodoxa em geral, a família é o centro da vida social. Ter sucesso obedece a um roteiro determinado, que inclui estudar a Torá, casar, ter filhos e netos. Meninos e meninas frequentam escolas separadas e prosseguem para o estudo superior da Torá em um kollel (uma yeshivá ou seminário onde judeus se reúnem para estudar a Torá e as tradições rabínicas). Muitos rapazes permanecem no estudo antes e depois do casamento. 


A série foi considerada inovadora por tratar um grupo peculiar de judeus ortodoxos sob o olhar da vida cotidiana e sem aprofundar questões políticas. São três temporadas com 12 episódios cada, tendo à frente o patriarca Shulem Shtisel (Dov Glickman), um rabino de uma Yeshivá local, em meio às movimentações da família. 


Destaque para a vida do caçula Akiva Shtisel (Michael Aloni), que sofre pressão familiar para se casar e é obrigado a comparecer a encontros arranjados com moças também ortodoxas. Ocorre que Akiva é um pintor de extremo talento –o que contraria os planos do pai e da cultura – e as mulheres escolhidas pelos casamenteiros haredi não atendem aos desejos do jovem ortodoxo. 


A excelente atriz Shira Haas que também estrela a série Nada Ortodoxa, interpreta Ruchama, uma das netas da família Shtisel que desenvolve uma história dolorosa e emocionante de passagem da adolescência à vida adulta. Outras tramas paralelas da família sustentam arcos de conflitos, beleza, muitas risadas e emoção garantida. 


Título: Shtisel 

País de origem:  Israel

Gênero: Comédia, Drama

Primeiro episódio: 29 de junho de 2013

Episódio final: 2021

Número de temporadas: 3

Número de episódios: 33

Elenco: Michael Aloni, Dov Glickman, Neta Riskin, Shira Haas

série sul-coreana

DEAR MY FRIENDS


O cinema sul-coreano está conquistando o mundo e as séries não ficam atrás. Conhecidas como "doramas", as produções têm em Dear My Friends, de 2016, uma referência na dramaturgia do país. 


Com 16 episódios e fartamente premiada, a história mostra um grupo de mulheres idosas e amigas desde a infância que lidam com os conflitos da vida na velhice, suas relações com os filhos e maridos, as alegrias, os arrependimentos e sonhos. 


Destaque no elenco é a atriz Youn Yuh-jung, premiada com o Oscar de melhor atriz coadjuvante no Oscar 2021 pelo filme Minari. Além da belíssima atuação de Yuh-jung, a série apresenta o talento de grandes nomes da dramartugia sul-coreana. A história nos faz rir, chorar, refletir sobre a chamada terceira idade, enfim, é uma novela agradável a todos os gostos. 


Dear My Friends é narrada pela visão de Park Wan (Go Hyun-jung) uma escritora de 30 anos que trabalha como tradutora e sofre, ao longo do enredo, os efeitos da separação de seu grande amor. Em meio a conflitos, Park Wan recebe o conselho da mãe para escrever um livro sobre a história do grupo de amigos.  


Título: Dear My Friends

País de origem: Coreia do Sul

Lançamento: 2016

Gênero: Comédia, Drama

Número de episódios: 16, temporada única

Direção: Hong Jong-chan

Elenco: Du-shim Ko, Hye-ja Kim, Yuh-Jung Youn, Hyun-Jung Go, Hyeon Ju, Young-ok Kim, Moon-hee Na, Goo Shin


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BBB21: MAS NÃO SE MATAM CAVALOS?

Publicado em 03 de maio de 2021

Paulo Gustavo

A disputa sofrida entre os participantes Gil e Fiuk na prova final do #BBB21 lembra o filme They Shoot Horses, Don't They? (1969). Lançado no Brasil com o título A Noite dos Desesperados, o drama foi dirigido por Sydney Pollack e é baseado no romance homônimo de Horace McCoy


Nos EUA, durante a Grande Depressão nos anos 30, a maioria da população sofria com o desemprego e a fome. Nesse cenário, surgiram concursos de dança que testavam ao máximo a resistência dos competidores em troca de um prêmio em dinheiro. A regra era dançar sem parar, até a exaustão. O espetáculo, às vezes, terminava em surtos, desmaios e até mesmo morte. 


No filme, a alegoria de uma sociedade no limite da insanidade encerra um questionamento ético: Mas não se matam cavalos? É moralmente aceitável colocar um fim ao sofrimento do animal e, ao mesmo tempo, louvar o sacrifício de indivíduos sob pressão psicológica e emocional em troca de um prêmio em dinheiro? 


Jane Fonda e Michael Sarrazin interpretam um casal competidor. Assista ao filme, leia o livro. Às vezes a realidade até parece ficção.


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OSCAR 2021 EM TEMPOS DE PANDEMIA

Oscar 2021

Academy Award® of Merit

Publicado em 23 de abril de 2021

Cerimônia do Oscar 2021 terá transmissão ao vivo de vários locais

Domingo, 25 de abril, a partir das 21h, os apaixonados pelo cinema têm encontro marcado com a transmissão da 93ª edição do Oscar, que reconhece o talento de profissionais da indústria cinematográfica desde 1929.


Neste ano, em clima de pandemia, a cerimônia de premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood será realizada com transmissão ao vivo, mas de diferentes locais para evitar aglomerações.


Pela primeira vez na história do evento, duas mulheres foram indicadas na categoria de melhor direção: Chloé Zhao, por Nomadland, e Emerald Fennell, por Bela Vingança. O filme Mank recebeu 10 indicações e seis filmes receberam seis indicações cada: MinariNomadland, Meu Pai, Judas e o Messias NegroOs 7 de Chicago e O Som do Silêncio. Bela Vingança e A Voz Suprema do Blues receberam cinco indicações cada um.


O ator Chadwick Boseman (1976-2020), o eterno Pantera Negra do Universo Cinematográfico da Marvel, recebeu sua sexta indicação póstuma como Melhor Ator.


Duas mulheres indicadas à melhor direção


Uma das duas diretoras indicadas ao Oscar 2021 de melhor direção é Chloé Zhao, chinesa e residente nos EUA desde a adolescência, com o filme Nomaland. Ela é a primeira mulher não-branca a concorrer na categoria. Seu filme é baseado no livro Nomadland: surviving America in the twenty-first century, da jornalista Jessica Bruder. O filme concorre em outras categorias: melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor edição, melhor filme e melhor atriz para Frances McDormand.


A outra diretora indicada é Emerald Fennell, por Bela Vingança. Primeira britânica a concorrer na categoria, o filme é sua estreia na direção, mas Emerald será reconhecida pelos fãs da série The Crown, na qual interpretou Camilla Parker-Bowles.

Academy Award® of Merit

Curiosidades sobre o Oscar


  • A ideia de criar uma premiação para o cinema aconteceu durante um jantar na casa do chefe do estúdio MGM, Louis B. Mayer e seus convidado. Após reuniões, a Academia Internacional de Artes e Ciências Cinematográficas foi criada e teve Douglas Fairbanks eleito como presidente.


  • O banquete da primeira premiação foi em 16 de maio de 1929, no Blossom Room do Hollywood Roosevelt Hotel, em cenário da Grande Depressão. Essa foi a única cerimônia que não foi transmitida ao vivo pelo rádio ou pela televisão. No segundo ano, o entusiasmo pelos prêmios aumentou e uma estação de rádio de Los Angeles produziu a primeira transmissão ao vivo.


  • Em 1934, a Academia contratou a firma de auditoria Price Waterhouse para garantir o sigilo dos resultados. Até hoje, os "rapazes" da atual PricewaterhouseCoopers continuam auditando a votação.


  • Durante a Segunda Guerra Mundial, devido à escassez de metais, a estatueta foi produzida em gesso pintado por três anos. Após a guerra, a Academia convidou os destinatários a trocar as figuras de gesso por outras de metal banhado a ouro.


  • Em 1966, o Oscar foi transmitido em cores e internacionalmente pela primeira vez. Hoje, a cerimônia alcança fãs de cinema em mais de 200 países.


  • Neste 93º Oscar, a Academia fez parceria com o Facebook para oferecer uma experiência virtual interativa em tempo real, dando aos espectadores a oportunidade de interagir com criadores e fãs, assistir a entrevistas ao vivo com vencedores e ter uma visão exclusiva dos bastidores do programa em 2021.


  • Atualmente, a estatueta do Oscar é de bronze maciço e banhada a ouro de 24 quilates. Mede 33 cm de altura e pesa 4 quilos. O rolo de filme no design da peça apresenta cinco raios que representam os cinco ramos originais da Academia: atores, diretores, produtores, técnicos e escritores.


UM TIO CHAMADO OSCAR


De onde veio o apelido "Oscar" para o mais importante prêmio do cinema mundial? A própria Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood dá algumas pistas para o jeito informal de nomear o Prêmio da Academia de Mérito.


Diz uma história popular que a bibliotecária da Academia (e eventual diretora executiva) Margaret Herrick viu o troféu pela primeira vez e comentou que se parecia com seu tio Oscar.


Até 1939, a Academia não adotou o nome do tio da Margareth oficialmente. Mas, em 1934, um colunista de Hollywood usou o nome Oscar em um artigo para comentar a primeira vitória de Katharine Hepburn de Melhor Atriz. E aí, o apelido colou. Confira a lista de indicados ao Oscar 2021.

INDICADOS AO OSCAR 2021

Como o cinema 
retrata a história

Dicas de obras adaptadas 
pelo cinema

Música

Baixe e ouça as trilhas sonoras

Sede do Parlamento Britânico onde Churchill proferiu vários de seus famosos discursos. À esquerda, o icônico Big Ben, instalado em 1859

ASSISTA: RADIOACTIVE NA NETFLIX

RADIOACTIVE

Filme: Radioactive

Título original: Radioactive

Streaming: Netflix

Categoria: Drama biográfico

Lançamento: 2019, Reino Unido, Indicação 14 anos, 109 min.

Sinopse: Movida por uma mente brilhante e uma grande paixão, Marie Curie embarca em uma jornada científica com o marido, Pierre. Suas descobertas vão mudar o mundo. Rosamund Pike (Garota Exemplar) atua ao lado de Sam Riley nesta cinebiografia dirigida por Marjane Satrapi (Persépolis). O filme é inspirado na biografia ilustrada de Marie Curie, da autora e artista Lauren Redniss, que une as artes gráficas e visuais com a biografia e a história cultural

Direção: Marjane Satrapi

Elenco: Rosamund PikeSam RileyAneurin Barnard


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The Crown

CORRA!

Título originalGet Out

Lançamento: 2017 (EUA e Brasil)

Categoria: Terror racial/Suspense - 1h 44min - 14 anos ou mais

Sinopse: Get Out retrata de maneira ficcional o racismo estrutural, ou seja, aqueles comportamentos culturais que buscam justificativas do tipo: "não sou racista, tenho amigos negros". Na trama, Chris (Daniel Kaluuya) e Rose (Allison Williams) formam um casal inter-racial que viaja ao interior dos EUA para apresentar o namorado à família da moça. Daí em diante, Jordan Peele disseca em uma história de terror todo o horror do racismo e do supremacismo branco.

Roteiro e Direção: Jordan Peele

ElencoDaniel KaluuyaAllison WilliamsBradley WhitfordCaleb Landry JonesStephen Root, LaKeith Stanfield e Catherine Keener.

Prêmios: Oscar 2018 Melhor Roteiro Original para Jordan Peele; Melhor Filme e Melhor Roteiro Original no Critic's Choice Awards 2018; entre outros


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Leia Racismo Estrutural de Silvio Almeida

INFILTRADO NA KLAN

Título original: BlacKkKlansman

Lançamento: 2018 (EUA e Brasil) 

Categoria: Ficção histórica - 2h6min - 14 anos ou mais

Sinopse: Em 1978, o policial negro Ron Stallworth (John David Washington) consegue se infiltrar na Ku Klux Klan no Colorado (EUA). Sob constante pressão, Ron passa a se comunicar com membros da Klan por meio de telefonemas e cartas. Nas reuniões presenciais, enviava um policial branco que assumia a sua identidade junto ao grupo. Após meses de investigação, Ron acabou se tornando líder da seita e começou a sabotar linchamentos e outros crimes de ódio planejados pelos racistas.

Direção: Spike Lee

Elenco: John David WashingtonAdam DriverLaura Harrier e Topher Grace

Prêmios: Melhor Roteiro Adaptado no Oscar 2019  e no BAFTA 2019; Grande Prêmio do Festival de Cannes 2018


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Dunkirk

ASSISTA: CHURCHILL CONTRA O NAZISMO

Título originalDarkest Hour

Lançamento : 2017 (EUA), 2018 (Brasil) 

Categoria: Drama/Ficção histórica - 02h05m

Sinopse: Aborda os primeiros dias de Winston Churchill como primeiro-ministro do Reino Unido, período em que o exército de Hitler cercou as tropas britânicas em Dunquerque, na França, durante a Segunda Guerra Mundial. 

Direção: Joe Wright

Elenco:  Gary Oldman como Winston Churchill; Ben Mendelsohn, Kristin Scott Thomas, Lily James, Stephen Dillane e Ronald Pickup.

Prêmios: Gary Oldman venceu como Melhor Ator no Oscar, no Globo de Ouro, no Critic´s Choice Awards, no Bafta e no SAG Awards. 


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Dicas de obras adaptadas 
pelo cinema

Título original: Dunkirk

Lançamento: 2017 (EUA), 2018 (Brasil) 

Categoria: Drama/Ficção histórica ‧01h46m

Sinopse: O filme reconstrói os 11 dias da Batalha de Dunkerque, de 25 de maio a 4 de junho de 1940, quando uma divisão panzer do exército de Hitler encurralou 400 mil soldados das forças britânica e francesa na costa da fonteira franco-belga, região de Calais.

Roteiro, coprodução e direção: Christopher Nolan

Elenco: Fionn Whitehead, Tom Glynn-Carney, Jack Lowden, Harry Styles, Aneurin Barnard, James D'Arcy, Barry Keoghan, Kenneth Branagh, Cillian Murphy, Mark Rylance e Tom Hardy.

Prêmios: Recebeu oito indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e direção. Ganhou Melhor Mixagem de Som, Melhor Montagem e Melhor Edição de Som. 


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Dunkirk
Dunkirk

THE CROWN

Série: Netflix

Título original: The Crown

Categoria: Drama biográfico

Lançamento: novembro de 2016, com quatro temporadas disponíveis de dez episódios cada.

Sinopse: Realizada no Reino Unido para a Netflix, a série traça a vida da Rainha Elizabeth II a partir de seu casamento com o Príncipe Philip, em 1947, até os dias atuais. O relacionamento da rainha com o primeiro ministro Winston Churchill é uma das atrações da série. 

Criação e roteiro: Peter Morgan

Elenco: Claire Foy/Olívia Colman como a Rainha Elizabeth II; Matt Smith/Tobias Menzies como o Príncipe Philip; Jared Harris como o Rei George VI; Vanessa Kirby/Helena Bohman Carter como Princesa Margareth; John Lithgow como Winston Churchill, Greg Wise como Lord Louis Mountbatten. 

Prêmios: Globo de Ouro como Melhor Série de Drama e Melhor Atriz em Série de Drama para Claire Foy; Primetime Emmy Award 2017 para John Lithgow, que interpreta Winston Churchill


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The Crown
ASSISTA: O MUNDO PARALELO DE VERSALHES

Titulo original: Versailles

Lançamento: 2015 (EUA), 2018 (Brasil) 

Produção: Canal + (França) 

Temporadas: 3 com 30 episódios (finalizada)

Categoria: Drama/Biografia/Ficção histórica

Sinopse: A série se passa durante a construção do Palácio de Versalhes no reinado de Luís XIV, em 1667. Baseada em fatos históricos com toques ficcionais, a produção aborda as intrigas e a luta pelo poder na corte do Rei Sol. Com interpretações de destaque, temos os atores George Blagden (o Athelstan em Vikings), no papel de Luís XIV, e Alexander Vlahos (o druida Mordred em Merlin) representando Monsieur Philippe d’Orléans, o irmão bissexual do rei. Boa reconstrução de época com figurinos deslumbrantes. 

Direção:  Jalil Lespert, Christoph Schrewe, Thomas Vincent, Daniel Roby

Elenco:  George Blagden, Alexander Vlahos, Tygh Runyan, Stuart Bowman, Amira Casar, Evan Williams, Noémie Schmidt, Anna Brewster, Sarah Winter


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ASSISTA: MARIA ANTONIETA

MARIA ANTONIETA

Título original :  Marie-Antoinette

Lançamento: 2006 (França, EUA, Japão) 

Direção, Roteiro e Produção: Sofia Coppola

Categoria: Drama/Biografia/Ficção histórica/ 2h03min

Sinopse : Com roteiro baseado no livro Marie Antoinette: The Journey, de Antonia Fraser, o filme conta a história da princesa austríaca Maria Antonieta (Kirsten Dunst), que se casa ainda adolescente com o príncipe Luis XVI (Jason Schwartzman), para selar um acordo entre os países. Sofia Coppola mostra o frescor juvenil da princesa, que se tornou rainha da França, ser sufocado na futilidade da corte de Versailles e suas regras rigorosas de etiqueta, disputas familiares e intrigas da nobreza. Sentindo-se exilada, Maria Antonieta criou um mundo à parte, retratado no filme e que ficou   conhecido como a "aldeia da rainha". 

No seu refúgio, cultivava flores, hortas e pomares e recebia principalmente amigas mulheres. 

O filme mostra um lado mais humano da rainha e seu desejo de viver com mais leveza e liberdade. Fora de Versailles, no entanto, a fome, a peste e a falta de trabalho construíam as bases da revolução popular que levou Maria Antonieta e Luís XVI à guilhotina. 

Elenco: Kirsten Dunst, Jason Schwartzman, Rip Torn


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ASSISTA: ADEUS, MINHA RAINHA

ADEUS, MINHA RAINHA

Título original: Les Adieux à la reine

Lançamento: 2012 (França, EUA, Japão) 

Direção: Benoît Jacquot

Elenco: Léa SeydouxDiane KrugerVirginie Ledoyen

Categoria: Drama histórico/ 1h40min

Sinopse: A notícia da tomada da Bastilha chega à Corte, afugentando nobres e servos que abandonam o Rei Luís XVI. Uma jovem leitora devotada à Maria Antonieta ignora os acontecimentos e inicia uma relação com a rainha durante a Revolução Francesa.

PrêmiosCésar de Melhor FigurinoCésar de Melhor Direção de ArteCésar de Melhor Fotografia


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Maria Antonieta
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ASSISTA: NEGAÇÃO

NEGAÇÃO

Título original: Denial

Lançamento: 2016 (França, EUA, Japão) 

Direção: Mick Jackson

Elenco: Rachel WeiszTom WilkinsonTimothy Spall

Categoria: Drama histórico/ 1h50min

Sinopse: O filme narra a batalha nos tribunais em busca da verdade histórica da professora americana Deborah Lipstadt (Rachel Weisz) contra David Irving (Timothy Spall), que a acusou de calúnia por chamá-lo de negador do Holocausto. Lipstadt e sua equipe jurídica, liderada por Richard Rampton (Tom Wilkinson), precisaram provar que o Holocausto ocorreu e que o negacionismo é mais uma forma de antissemitismo.


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